Banco também aceitou discutir o Programa de Gestão de Desempenho de Pessoas

Em reunião de negociações com a Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa Econômica Federal, ocorrida nesta segunda-feira, 25, o banco se comprometeu em dar continuidade às fases do processo de contratação, previsto em edital, dos candidatos já convocados e com exames médicos aptos.
A Caixa argumentou que vem na “contramão” dos demais bancos, que estão demitindo e fechando agências e que o banco tem contratado empregados nos últimos anos. Também exibiu um quadro onde demonstrou que dos mais de 32 mil aprovados, mais de 19 mil foram chamados e pouco mais de 12 mil foram admitidos de 2014 para cá.
No entanto, os representantes dos trabalhadores demonstraram que, mesmo assim, a relação de empregados X contas/clientes na Caixa só tem aumentado com os pedidos de demissão, com as aposentadorias e, principalmente, em razão dos pagamentos dos programas do Governo Federal como o Auxílio Brasil.
O diretor da Fetrafi-SC, Edson Heemann, que é representante da Comissão Executiva de Empregados da Caixa (CEE/CAIXA) pela Federação, destacou que “a Caixa é hoje o banco com maior déficit de empregados. Entre os cinco maiores bancos, a Caixa é o que tem o maior número de clientes por empregado. Segundo o Dieese, são 1.775 clientes por empregado. Para comparação, o Itaú atua com 1.084 clientes por funcionário, o Bradesco, 1.143, o Santander, 1.016, e o Banco do Brasil, com 826.”
A Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest) autorizou a Caixa a contratar mais empregados até completar um quadro de 87.544 trabalhadores. Hoje temos em torno de 86.900 empregados. Porém, a estimativa ainda é de que há um déficit de mais de 30 mil empregados para dar conta de toda a demanda em condições mais humanas de trabalho.
Heemann também relatou que “a nossa luta de muitas cobranças em inúmeras mesas anteriores enfim surtiu seus efeitos. A boa notícia é que a Caixa informou em mesa a contratação de mais 500 novos empregados, os que já estão com os exames de saúde aprovados e vigentes. Foram mais de 1.100 convocados em abril para a realização dos exames de saúde que tem validade de 135 dias segundo a Caixa.”
GDP
Outra boa notícia, segundo o dirigente catarinense, é que a Caixa finalmente aceitou discutir sobre a GDP, instrumento de gestão que tem servido como instrumento de assédio. A CEE sugeriu que seja criado em conjunto um novo modelo – ou ferramenta – de avaliação de desempenho - ou desenvolvimento - dos empregados.
Seleção interna
“Cobramos também providências para que colegas que são aprovados em PSI possam ter garantida a sua transferência. Muitos gestores não têm liberado os empregados promovidos em razão da não haver a reposição da vaga”, contou Heemann. A Caixa, finalmente, concordou em buscar uma forma de melhorar a comunicação interna e o processo de progressão na carreira admitindo que o empregado promovido precisa assumir o novo posto.
Jornada
Item novo na pauta de reivindicações da Caixa, a redução da jornada de 5 para 4 dias na semana encontrou trânsito no diálogo inicial com a mesa Caixa com argumentos de que empregados mais satisfeitos tendem a render mais. Além disso, foi argumentado que a jornada reduzida já está se tornando tendência na Europa e que as novas tecnologias também devem vir também em benefícios dos empregados e não apenas das empresas, além de que elas podem gerar mais contratações.
“Questionamos a Caixa ainda sobre temas sempre recorrentes na mesa. Os descomissionamentos arbitrários, a extinção do caixa e do tesoureiro minuto e a incorporação de função em caso de descomissionamento sem justa causa. A Caixa concordou, finalmente, em discutir a questão do caixa minuto, até porque não existe mais a nomeação de caixa executivo há tempos e muitos não estão mais aceitando atuar no caixa com a designação por minuto. Porém, não recuou na questão da incorporação e dos descomissionamentos”, informou o dirigente.
A representação dos trabalhadores também pediu o retorno das áreas de logística e gestão de pessoas nos estados/regiões. Para Heemann, a avaliação é de que “tivemos alguns avanços na mesa de negociações”. Na manhã desta terça-feira, 26, está acontecendo a avaliação dessa negociação e a preparação para a próxima mesa de amanhã, 27, que será sobre Saúde do Trabalhador e Saúde Caixa.
Calendário das próximas rodadas de negociação:
27/7 - Saúde do Trabalhador e Saúde Caixa
02/8 – Funcef e benefícios
04/8 - Reivindicações
Fonte: Contraf-CUT, com edição da Fetrafi-SC