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Apesar do lucro do Bradesco crescer 54,9%, agências seguem sendo fechadas e demissões continuam



O Bradesco obteve lucro líquido recorrente de R$ 19,602 bilhões nos nove primeiros meses de 2021, crescimento de 54,9% em relação ao mesmo período de 2020. No 3º trimestre, o lucro foi de R$ 6,767 bilhões, alta de 7,1% em relação ao trimestre imediatamente anterior, segundo dados da Contraf.


Diante dos lucros exorbitantes, fruto do trabalho dos bancários, os gestores do banco poderiam proporcionar melhores condições de trabalho. No entanto, a ganância pelo lucro aumenta sempre mais e, pelo jeito, não terá fim.


As entidades sindicais, que representam e acompanham os problemas da categoria, denunciam há anos a dura realidade dos trabalhadores: sobrecarga de trabalho, acúmulo de funções e cobrança exaustiva pelo cumprimento das metas que, inclusive, aumentam constantemente. O resultado não é novidade: há uma multidão de trabalhadores adoecidos por conta da rotina massacrante, do assédio moral e da pressão sobre os funcionários.


O diretor da Fetrafi-SC e do Sindicato dos Bancários de Florianópolis e Região, Carlos W. de Souza (Gijo), que é funcionário de carreira do Bradesco, sabe que o lucro dos bancos aumenta às custas do adoecimento da categoria. “A maioria dos colegas reclama das condições impostas pelo banco e muitos não aguentam mais trabalhar no Bradesco. É muito triste vê-los adoecendo, querendo ir pra outra área tendo se dedicado à instituição financeira durante anos.”


Nos últimos três meses, o banco abriu 374 postos de trabalho. Mas, se olharmos a quantidade de vagas fechadas no decorrer de um ano, veremos que a verdade é que o banco vem reduzindo seu quadro de funcionários. Ao final de setembro de 2021, a holding contava com 87.736 empregados no país, com fechamento de 8.198 postos de trabalho em doze meses. Somente em São Paulo, mais de 1.800 funcionários foram demitidos.


Vale lembrar que as demissões acontecem ao mesmo tempo em que o banco vem transformando agências em unidades de negócio, ou seja, estruturas sem caixas e com atendimento automatizado. A política desumana do Bradesco está fazendo com que os funcionários também peçam demissão. O fato é que 1/3 das demissões aconteceram a pedido dos trabalhadores.


Pressão da COE resulta em nova negociação


A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco se reuniu com o banco no dia 5 de novembro para debater a minuta de reivindicações específicas dos funcionários do banco. Emprego, saúde e segurança são os principais pontos da minuta.

O banco assumiu o compromisso de, até esta sexta-feira, 12, enviar uma proposta de calendário de negociação da minuta específica e sobre os seguintes pontos abordados também no encontro: teletrabalho, planos de saúde, igualdade de oportunidades e reestruturação.


A Fetrafi-SC orienta que os colegas busquem os seus sindicatos, caso tenham interesse em reverter as demissões.


Veja o número de demissões no Bradesco na base da Fetrafi-SC:


Florianópolis - 53

São Miguel do Oeste – 3

Joaçaba - 6

Blumenau - 31

Criciúma - 5


Com informações da Contraf-CUT


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