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Quais impactos para os bancários se BB e CEF romperem com a Febraban?



No final de semana em que acontecia a 23ª Conferência Estadual da Fetrafi-SC, a notícia de que o governo Bolsonaro busca retirar a Caixa e o Banco do Brasil da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) agitou o meio político e financeiro.

Engana-se quem pensa que a medida pretende beneficiar a sociedade neste momento crítico pelo qual o país inteiro passa. O sistema financeiro tampouco está preocupado com a crise instalada no Brasil, mas sim, com os seus negócios.

Tudo isso não passa de uma ameaça do governo federal, pelo fato de a Febraban ser uma das mais de 200 entidades signatárias do manifesto "A praça é dos Três Poderes" que a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) prometia divulgar nesta terça-feira, 31, criticando a crise institucional entre os poderes Executivo e Judiciário, fruto dos constantes ataques de Bolsonaro às instituições.

O motivo da suspensão foi a reação do próprio governo, que ameaçou retirar o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal dos associados da Febraban. Ou seja, Bolsonaro está usando o BB e a CEF para atacar, mais uma vez, a democracia na medida em que não admite críticas ao seu governo.

Para o diretor de Comunicação da Fetrafi-SC, Luiz Toniolo, “caiu a ficha dos diversos setores da economia, o chamado ‘mercado’. É impossível alavancar o desenvolvimento social e econômico com um governo que cria crises em sequência, flertando com a ruptura institucional e atacando a democracia quando insufla um golpe militar”, afirmou.

E os Bancários, como ficam?

O Comando Nacional dos Bancários negocia com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), que é uma espécie de entidade sindical da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Um possível rompimento dos dois maiores bancos públicos traria impactos para toda a categoria. Num primeiro momento, o acordo bianual, teoricamente, garantiria os direitos de todos os bancários.

Porém, em tempos de governo Bolsonaro, seria um risco real o não cumprimento dos acordos para os dois bancos públicos, o que demandaria ações judiciais. Os bancários mais antigos do BB e da CEF não esquecem os anos da política de abonos do governo FHC. Naquela época, os dois bancos não assinavam a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). A primeira campanha salarial unificada foi em 2003, já no governo Lula. O BB assinou a CCT da categoria em 2005 e a CEF, somente em 2006.

Já para as futuras negociações dos bancários dos bancos privados, o rompimento da mesa única acarretaria um enfraquecimento da categoria como um todo. A saída dos bancos públicos poderia gerar ainda mais instabilidade ao sistema financeiro e, isso, é tudo que não precisamos neste momento.

A direção da Fetrafi-SC lamenta as atitudes do governo federal e seguirá se posicionando contra qualquer tipo de ameaça às instituições democráticas e à Constituição Federal. O Brasil já está enfrentando problemas suficientes gerados também pela pandemia de Covid-19. Não há espaço para um presidente que não busque soluções. Ao contrário, gera ainda mais instabilidade ao país com seus constantes ataques à democracia representativa e ao Estado democrático.

Por tudo isto, a Federação enfatiza a necessária unidade da categoria neste momento para que os direitos conquistados até aqui através de tantas lutas históricas sejam mantidos. Afinal, foram esses avanços que tornaram os bancários uma referência nacional de luta para todos os trabalhadores.


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